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Quando se mudou de Uberaba para Belo Horizonte (MG), João Paulo Caetano Moreira, então com 12 anos, não cansava de admirar a Honda CB 400 de seu pai. “Ainda não tinha idade para pilotar, mas já era apaixonado pela moto”, relembra. Anos depois, quando se aposentou, o pai voltou para o triângulo mineiro, mas a CBzona ficou de presente para João Paulo.

Com o bem conservado modelo 1983, o motociclista mineiro margeia a Lagoa da Pampulha para chegar às aulas do curso de design na Universidade Federal de Minas Gerais. Mais de 30 anos depois, a “CBzona” ainda cumpre a função para a qual foi criada: ser uma naked fácil de pilotar e confortável para o uso urbano e também para viajar.

Com seu motor de dois cilindros foi a primeira moto grande produzida no Brasil e se tornou uma divisora de águas na indústria nacional de duas rodas. A CB 400/450 saiu de linha em 1994 para ser substituída por modelos mais modernos. Ela deixou vazio o espaço que ocupou no imaginário dos motociclistas brasileiros: desde então não houve uma moto 400cc como a CBzona. 

Paixão e talento

João Paulo compartilha da mesma opinião. “Existe uma lacuna entre as motos de 250, 300cc e as de 500 cc”. O estudante então uniu a paixão pela CB 400 com seu talento para elaborar um projeto de redesign do modelo como seu trabalho de conclusão de curso.

“Estudei o mercado e peguei o exemplo de outros casos de redesign de sucesso, como o Fiat 500 e o Mini Cooper”, explica. Para trazer a naked de volta a nossas ruas, João Paulo Caetano Moreira uniu o moderno ao vintage e imaginou uma cafe racer futurista, com semiguidões e capa sobre o banco da garupa. 

A moto de média capacidade cúbica manteve o bicilíndrico de 400cc e alguns elementos estéticos característicos da antiga CB, como a proporção entre o tanque a rabeta. 

Apesar do foco na história do motociclismo e da moto, novas ideias se destacam nessa “CB 400 2017”. O painel digital sincronizaria com o smartphone por meio de um aplicativo que também ajudaria a monitorar o funcionamento da moto. O acesso ao bocal do tanque e até mesmo a partida seriam feitos por meio de biometria. No lugar dos espelhos retrovisores, duas câmeras de 200° que projetam a imagem na viseira do motociclista. “A ideia foi resgatar a herança da CB 400, mas trazendo ideias novas”, explica. A redesenhada CB 400 teria estilo de sobra, mas sem perder sua vocação urbana e prática – a capa sobre o banco pode ser retirada para levar garupa. Apesar de ser apenas um projeto, esse ícone redesenhado certamente hoje faria sucesso. E, cá entre nós, bem mais estilosa do que a comportada CB 400 dos anos 80.

 

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